terça-feira, 30 de setembro de 2008

Moço bonito

Ah moço bonito, faz isso não
Ficar passando assim, como quem finge que não sabe que eu tô olhando,
Que eu tô te comendo com os olhos.
Ah moço, faz não
tira a camiseta não,
Eu sei que tá quente, mas te ver assim faz derreter.
Ah, com esse tempero de mar, dourado de sol
Morro de insolação!
Ah moço, dá uma chance, deixa eu ficar olhando
Deixa eu sair do plano imaginário.
Ah, você tem uma namorada?
Tem problema não
Eu não quero casar,
Não quero nem te ver de novo
Só quero saber se tudo o que eu imagino é real
Quero saber se essa tua barriga de tanquinho é tão gostosa de passar a mão
Se esse teu braço tem uma pegada tão forte quanto eu penso
Se tua boca tem um beijo tão quente quanto o que eu quero
Se é tão perfeito ficar enroscada nesse teu corpo
Não tem dia seguinte, não precisa ligar
Aliás, não quero nem te dar meu telefone
Só quero provar a minha teoria de que nada deve ser tão gostoso quanto você
Nome? Prá quê? Não quero que você me conheça e nem quero te conhecer
Isso, chega mais perto, fica aqui juntinho
Não! Não abra a boca!
Vai estragar tudo.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O dia de chuva e as lembranças gostosas

Chove! Uma chuva torrencial e fria. Eu estou no espaço, ouvindo o cd que o gustavo deixou aqui.

Um barulhinho bom de água caindo e aquele cheiro típico de terra molhada que eu adoro. Saí de casa de short, sorte que pus um all star de cano bem longo e esqueci um casaco aqui ontem, ah, estou de carro, o que é um alívio.

Bom, o fato é que tive quase notícias de uma pessoa que eu não vejo há tempos. Pessoa que a última vez que vi, ficou mal resolvido, eu não entendi e ele bem menos (me chamou de traidora, EU????????? traidora????? Por quê???????????).

O fato é que me traz lembranças, lembranças de uma época conturbada, descontrolada, época em que eu achava que realmente ia ficar maluca, explodir. Não gostava de mim, não gostava de nada, nada de realmente bom me aconteceu (com 2 excessões contadas nos dedos), enfim, era o inferno a minha adolescência. Só começou a melhorar depois dos 20 e poucos.

Mas, o engraçado, é que quando algo me transporta de alguma forma àquele tempo, eu tenho uma sensação boa, gostosa.

Assistir qualquer coisa de Tarantino me transporta;

Bad religion, Sonic Youth, Janes Adiction, Red Hot Chilipepers (o do começo), smashing pumpkins e outras coisinhas, também;

Pessoas de quem raramente tenho notícias e que ficaram em Campinas junto com o passado, onde eu não tenho mais nada (mamãe voltou pro Rio), também me trazem essas memórias, que na verdade não são memórias, já que não lembro de nenhum fato específico.
Apenas uma lembrança boa de uma época ruim. Estranho, né? Também acho.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Do prazer


Cansei de procurar prazer a qualquer custo, até porque, no fim, isso não dá mais prazer.
Drogas, sexo sem compromisso, total falta de responsabilidade com qualquer coisa, até comigo.
Viramos gente grande e vamos descobrindo que o prazer é uma coisa boba feita de coisas simples.
A medida que eu fico mais exigente com supérfluos, eu fico mais relaxada com a busca do prazer.
Não sairia para viajar hoje sem dinheiro, com uma barraca nas costas e contando com a sorte, já fiz e já me diverti com isso, me deu prazer quando tinha que dar. Não como uma quentinha no chão como se fosse meu último banquete, mas já fiz e, acredite, na hora foi um banquete e me deu um prazer do cacete.
O que eu quero dizer, antes que eu me perca é que parei de encarar a vida como uma grande brincadeira. Não, eu não me tornei uma senhora frustrada e rancorosa de mal com a vida, pelo contrário, acho que nunca estive tão bem.
Com todas as responsabilidades, trabalho, filhas e tal, eu sou FELIZ e sinto enormes prazeres em coisas bobas. Eu sou livre. Não tenho mais que ser perfeita, não me importa muito o que os outros estão pensando sobre a minha vida, como me visto, meu trabalho, meu casamento, minha forma de educar as meninas. I don't care.
E esse amadurecimento (vamos chamar assim), que em alguns chega cedo, em outros tarde e em alguns nunca chega, chegou em mim por volta dos 30. Não foi aquela coisa: fiz 30 agora sou adulta, existiu todo um processo de auto conhecimento, perdão e outras coisinhas que são extremamente pessoais e por isso não tem receita e nem como explicar.
O fato é: coisas que me dão prazer hoje.
Ler;
Escrever;
Assistir um bom filme;
Assistir um filme bem imbecil, só prá ver bichinho passando na tela, sem precisar pensar;
Sexo bem feito e com amor;
Praia;
Churrasco na casa da mamãe;
Comer no japonês de sair passando mal;
Comer sobremesa sem culpa;
Tomar sorvete com as meninas e ver as duas com a cara toda lambuzada;
Fazer brigadeiro e comer de colherada com as meninas;
Cozinhar coisas metidas para quem quiser comer;
Viajar;
Sítio;
Banho gelado de cachoeira;
Banho quente depois do banho gelado;
Brincar de pique;
Brincar com massinha, argila, tinta;
Desenhar na parede;
Dançar qualquer coisa;
Dirigir escutando Rock n' roll no último volume;
Juntar a família;
Falar besteira;
Ter conversas bobas sobre unha, cabelo e roupas;
Ter conversas "papo cabeça" com amigos especiais;
Nadar, lutar e jogar rugby;
"Puxar ferro";
Comprar roupinhas lindas;
Usar o cabelo colorido;
Bota;
Havaiana;
Cafuné;
Pôr as meninas no colo e niná-las, mimá-las, beijá-las;
Brincar de "grande e alto" com Maria;
Baixar música da net;
Coca cola zero gelada;
Conhecer gente nova;
Dar aula, ensinar qualquer coisa para qualquer pessoa que queira aprender;
Vestidos;
Ter alguém me mimando;
Ganhar presente;
Dar presente sem data;
E o meu novo prazer, descoberto há pouquíssimo tempo: a capoeira.