quinta-feira, 31 de julho de 2008

Tristeza de graça.



Tristeza de nada, de graça.

Ninguém morreu, ninguém se machucou, eu não tomei um fora, nada de importante aconteceu.

Só que eu tô sentindo uma falta de não sei o que.

Alguma coisa eu perdi no caminho e ainda não descobri o que está faltando na minha bolsa.

Não sei se são hormônios ou neurônios, não sei se passa hoje, amanhã ou se tem remédio.

Como não sei de onde veio, fica difícil saber para onde vai.

Volta a menina, assustada com as pessoas, sem saber o que falar ou onde por as mãos.

Volta a adolescente, ainda assustada com as pessoas, falando o que deve e o que não deve, justamente por ainda não saber o que falar.

Volta a jovem, ah, as pessoas ainda a assustam, irreverente e engraçada, por pouco tempo careta, por que agora não sabia como falar, embora soubesse o que.

E a mulher madura e resolvida? Essa tá aqui em algum cantinho, escodidinha, de repente, no mesmo lugar de onde saiu a tristeza, dando um tempo, respirando, porque, prá essa também, as pessoas são assustadoras.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

ARRRRRRRGH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Meu dia estava tão bom...
Porque sempre tem que ter uma besta para estragá-lo?
E porque esta besta tinha que ser alguém que você esparava que fosse melhorá-lo?
Pois é, mistérios da vida.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Meu melhor amigo

Não, não estou falando do meu cachorro. Até por que não tenho um.
Estou falando de um SUPERMEGAPOWER amigo gente.
Conheço a figura há mais de 10 anos. Campinas. Meus melhores amigos no Rio vieram de Campinas. Migramos todos prá cá, cada um a seu tempo e por seus motivos.
Voltando a meu amigo... Querido Edward. É, o nome dele é este mesmo e pede sotaque britânico ao ser pronunciado (Éduardi). Nem pense em chamá-lo de Eduardo, já vi pessoas tomando um belo e sonoro não! quando perguntaram se poderiam.
"Meu nome é Edward "(com sotaque).
Enfim, este sujeito é meu ombro para chorar.
É o abraço que me deixa feliz.
É o bolo de chocolate com cobertura quente acompanhado de café e muitos cigarros para várias e longas conversas, conversas sobre o tempo, futilidades, papos cabeça, dramas e alegrias pessoais.
É o almoço farto e gostoso (frugal) para comemorar nossas conquistas.
É meu advogado (!!!!!??????)
Meu maior fã e incentivador. Se estou em dúvida ou prá baixo ligo, o retorno é sempre uma palavra boa, a frase que eu precisava ouvir para seguir em frente ou o colírio para desembaçar a visão e ver nitidamente o buraco que estou cavando.
É a primeira pessoa para quem eu ligo quando tenho aquelas notícias SUPERMEGAPOWER boas que você tem que contar para alguém e fica com medo que ponham olho grande.
Nesses mais de 10 anos (eu era praticamente uma criança quando nos conhecemos, ele nem tanto) passamos por altos e baixos, tanto em relação a nossas vidas quanto a nossa amizade, mas sobrevivemos a tudo e estamos muito bem, obrigada.
Eu o vi superar suas dificuldades e ele me viu superar as minhas. Crescemos nesse tempo. Ele advogado e eu empresária. Acredite, há dez anos você não levaria isso a sério nunca!
Ele me conhece, sabe que sou grossa, marrenta, teimosa, fresca, mas também sabe que sou amiga, solidária, inteligente e engraçada. Também conheço suas qualidades e defeitos e me dou bem com eles.
Enfim, estamos aí e hoje digo:
- Querido, amo você. E no dia do seu aniversário, desejo que TODOS os seus sonhos se realizem, que seja MUITO feliz, próspero e que continue engraçado, que sua vida seja de flores e borboletas.
Tentarei almoçar contigo.
Quantos anos mesmo? KKKKKKKKKKKKKKKK

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A pentelha

Giovana* é uma pentelha! Sim, das piores. Sim, estou falando de uma criança. Uma criança de 4 anos que quase acabou com minha semana.
Essa criança veio até mim para que eu ficasse com ela durante uma semana das férias, sim, eu estava sendo paga para isso.
Eu a vi chegando, parecia uma criança normal, gordinha, com uma boquinha pequena e só estranhei o vestidinho de paetês para brincar com tintas, pincéis, argila, etc. Até aí tudo bem, azar dela que vai estragar o vestido. Chamei-a para sentar comigo, que já estava no chão, esparramada, pintando uns bichinhos que tinha feito. A avó, que a trouxera, já tinha ido embora sem dizer adeus.
Ficamos pintando por menos de 5 minutos quando começou: Que chato! Quero ir embora!
Passei para outra atividade: Que chato! Quero ir embora!
E assim foi até a décima atividade em menos de uma hora. Decidi parar para fazer um lanche.
A pentelha comeu 3 pães, 2 fatias de bolo, 1 copo de suco, pediu um polenguinho, dei. Ela enfiou inteiro na boca, fez aquela papa e cuspiu tudo no chão, virou a cara, falou para eu limpar, voltou para sala e continuou reclamando.
Tudo que eu começava a garota reclamava, não fazia nada e arranjava outro brinquedo. FODA!
Acabou o dia, a avó chegou, eu estava com o sorriso mais amarelo do mundo, a garota catou um saco com 50 bolas e queria levar para casa. Tive que intervir porque a pamonha da avó não se manifestou e a pentelha ia levar TODAS as minhas bolas.
Pensei que a culpa talvez fosse minha, cedi, dei muita opção, a garota ficou deslumbrada. No dia seguinte faria diferente.
Fiz. Tirei tudo que eu não iria usar e comecei e terminei cada atividade que tinha me proposto, na hora do lanche servi um prato feito com 1 sanduíche e 1 fatia de bolo, ficou satisfeita e melhorou um pouco o comportamento: Estou no caminho certo.
Durou pouco, a garota voltou pior e eu já não sabia o que fazer. Me sentia com 5 anos querendo fazer birra com ela também e sacaneá-la, mas a minha racionalidade de adulto não permitiu (infelizmente), e eu continuei tratando-a muito bem. Mas criança sente falsidade, e eu estava sendo falsa.
Último dia. Resolvi levá-las a um passeio, fomos ao horto. Bichinhos, parquinho........Quero ir embora!!!!! Não pensei duas vezes, liguei prá vó e falei que estava devolvendo. "É Giovana as vezes tem dessas coisas" Por isso mesmo devolvi e deixei claro que estava aliviada.
Continuo não gostando da garota que é uma chata. Mas ,no fim, fiquei com pena dela.
Não é uma criança bagunceira, é uma criança mal educada, mal criada, sem limites e, de repente, sem nenhuma atenção. Vê-la ao lado de Maria, tão animada, bonita, feliz, me partiu o coração.
Essa criança nunca aprendeu o que é não, nunca soube o que é o outro, nunca teve que pedir desculpas e se não começar agora, nunca vai aprender.
Teremos mais um adulto imbecil, preocupado com o próprio umbigo, sem saber respeitar uma fila ou sem se preocupar se o seu carrinho está fechando todo o corredor do mercado. Um adulto mal resolvido com perdas e frustrações que, provavelmente criará outra criança pentelha que será mais um adulto sem educação. E assim caminha a humanidade, nesse ciclo vicioso de neuroses onde mães sentem culpa por se separar e viver a própria vida e não a sentem por tornar o mundo um pouco pior com um imbecil a mais.
*Mudei o nome da pentelha para não comprometer.

domingo, 13 de julho de 2008

Resolva-se

Não gosto de gente mal resolvida. É um fato.
Não gosto de julgar pessoas e nem de deixar ninguém de lado, mas não suporto gente cheia de traumas, neuras e afins.
Tá, ninguém é normal e qualquer um que teve mãe, pai, tio, irmão, primo, frequentou escola e saiu a rua tem algum tipo de trauma, passou por alguma frustração, ou qualquer coisa do tipo.
A diferença está em o que você fez com suas experiências. Eu sei bem o que fiz com as minhas e, por assim dizer, resolvi pendencias suficientes para não viver em função delas.
Gente mal resolvida é um porre! Não adianta fazer elogios para eles, sempre serão vítimas e sempre terão uma resposta para fazer você se sentir constrangido por ter feito um.
"Nossa, seu cabelo está bonito!" "É, mas eu engordei 5 quilos, apareceram 2 espinhas aqui ó e eu estou com prisão de ventre, além disso, só está bonito porque eu fiz escova, pintei e cortei hoje, amanhã não terei tempo para isso e ele estará horrível de novo."
Não tente convencê-lo do contrário, ele é da máxima: nada é tão ruim que EU não possa piorar.
Há a ala dos invejosos, sim, todos conhecemos um: está sempre querendo saber tudo o que você fez, faz e planeja fazer, ou para fazer igual, ou para secar até dar errado, ou para te falar algo tão desanimador que faça você quase desistir dos seus planos. Eu conheço umas duas assim, de quem eu já me livrei faz tempo e não quero nem ouvir falar.
Há o admirador, aquele que te dá maior apoio, acha você o máximo, mas ele mesmo não saiu do lugar nos últimos dez anos e acredita que será "descoberto" a qualquer minuto.
Tem o carente, esse compete com o invejoso para saber que é O chato.
Liga todo dia, chora se você não pode atender, quando você atende, diz que é coisa rápida e fala sem falar do próprio umbigo durante 45 minutos.
E tem o sabe tudo, fiz tudo, tenho tudo, sou tudo. Não preciso explicar.
Eu sei que todo mundo tem, em maior ou menor grau, uma característicazinha acima, mas o que diferencia os resolvidos dos não, é justamente o maior ou menor.
Gente, se alguém se identificou MUITO com alguma descrição acima, vai se tratar.
Trauma todo mundo tem (vocês não conhecem minha família), mas viver em função deles até o último dia de suas vidas é pedir paciência demais a essa pobre mortal aqui.
As coisas não são complicadas, os nossos pais não são monstros (as vezes são mal resolvidos), nossos filhos não são monstros, são crianças (e não queremos que elas fiquem mal resolvidas), os colegas da escola não são monstros, são, as vezes, uns enormes babacas mal resolvidos. Temos que crescer um dia e crescer significa também resolver essas pendengas que as vezes incomodam tanto e, que se você for fuçar, vai ver que não são nada.
Cresçamos!

Beleza...


quinta-feira, 10 de julho de 2008

Eu quero!


Eu quero mais um filho, na verdade, mais uma filha. O universo feminino é tão maravilhoso, mulheres são tão lindas... tá, homens também têm seu mérito (eu casei com um), mas não serviriam para ser meus filhos.
O feminino é sensível, preocupado, delicado, inteligente, mais emocional que racional.
Nós podemos fazer mil coisas ao mesmo tempo, podemos parir, somos capazes de continuar bonitas depois de uma tripla jornada, podemos convencer qualquer homem a fazer qualquer coisa só dando um sorriso certo na hora certa.
Não consigo me imaginar criando um menino, passar anos educando para ele, aos 13 anos, chamar a coleguinha de "aquela gostosa". Pois é, acontece.
Mas não queria falar sobre meninos e meninas, queria falar sobre o meu desejo de ser mãe, again.
Estou aqui escrevendo com duas pulando ao meu redor, a história do super mercado está logo aqui embaixo, tenho que pagar a escola essa semana, hoje sai o tal do dinorock, tenho que reformar o vestido de caipira de Helena para festa amanhã, fazer dever de casa com Maria, Helena tosse, Maria está com a alergia atacada.
Parece muito mas não é nem a metade e acreditem, não há no mundo nada que me faça mais feliz.
Não vivo para filhos, eu tenho vida própria, trabalho, saio, me divirto e fico com elas todo tempo que posso por puro prazer, eu as adoro, faria qualquer coisa por elas.
Não crio filho prá mim, mas pro mundo. Quero pessoas independentes, resolvidas, junto até $$$$$ para que possam ir viajar quando tiverem um pouco mais de idade, sem a mamãe lógico e prá bem longe. Isso são meus planos, preciso agora, descobrir o delas.
Voltando a coisa do terceiro filho. Minha mãe falou que sou maluca, que não posso engravidar agora, a empresa e tudo o mais. Minha sogra está com sorriso de orelha a orelha. E eu estou super tranquila, sabendo que tomei uma decisão sensata que está ao meu alcance. Papito tá todo bobo cobrando treinamento diário.
E assim caminhamos rumo a um terceiro milagre que, espero eu, seja feminino e lindo como os outros dois.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Vamos às compras.



OK, eu sei que certas coisas não se fazem na companhia de crianças, mas eu não tive alternativa e sim, eu fui ao mercado com as duas.

No princípio tudo bem, as duas pularam dentro do carrinho e tudo era um passeio gostoso até que... chegamos à primeira prateleira, aí danou-se.

Comecei pelos produtos de limpeza e é difícil fazer uma garota de quase 2 anos entender que ela não pode beber detergente.

Passei em mais duas prateleiras e estou achando tudo muito calmo até que resolvo olhar e ver que Little Helena abriu todas as embalagens. As pastas de dente estão caindo pelo chão, a mão está toda lambuzada de shampoo e eu consigo reagir a tempo de o papel higiênico não ser totalmente desenrolado.

Comecei a me irritar (sim eu sei que as duas estavam com sono e cansadas, mas eu também e eu sou que nem criança), tirei todo mundo de dentro do carrinho. Maria reclamava porque estava quieta e pagou pela bagunça da irmã, ela estava certa, mas eu não estava com cabeça prá discutir e baixei o centralismo, mas ela ficou tão arrasada que a pus de volta no carrinho.

Pensei em fazer as duas ajudarem para descontrair um pouco a coisa, e assim foi:

-Helena, passe o arroz para Maria dentro do carrinho.

A criança pegou o quilo toda sorridente, caminhou para o carrinho e TUM o jogou no meio da cara da outra que começou a chorar, berrar...

Respira fundo e agora que já está aqui termina. Peguei no braço de Helena e esse foi o castigo dela, ficar agarrada a mãe. Foi o suficiente para berrar e se jogar no chão, fiz que não era comigo ela veio atrás, quieta. Ai, que alívio. Resolveu ajudar, muito, e tudo que via pegava para por no carrinho. Tive dois trabalhos: pegar o que eu precisava e devolver o que não.

Chegamos ao caixa, Maria para prá ficar olhando revistas enquanto Helena as derruba, todas. Eu não sei se termino de enpacotar o feijão ou se corro para arrumar a merda (empacotei e fui), Maria tenta distrair Helena e consegue, consigo passar e empacotar o último produto, agora é só pagar e ir embora.

Helena corre para dentro do mercado, largo tudo e vou atrás, pego pelo braço e ela chora, solto, ela sai correndo passando a mão pela prateleira e derrubando tudo, penso em jogar um carrinho, mas só penso, agarro de novo, berros, chego ao caixa para pagar com aquele serzinho pendurado, o cara que está me esperando para poder passar com suas compras me olha com ar de quem está se perguntando porque uma mulher sozinha vem ao mercado com duas crianças. (Porque a geladeira está vazia e eu não tenho o que fazer com elas, porra!)

Enfim, chegamos ao carro, mando todo mundo entrar enquanto eu guardo as compras. Helena dá cambalhotas. Quando vou pôr o cinto: Buáááááááááá!!!!!!! Esquece, acende um cigarro, liga o som alto e não pensa que ainda vai pegar o trânsito da descida da ponte.

Cheguei em casa, sobrevivi...

Só prá constar

Para ficar registrado: Minhas filhas continuam lindas! Eu também! Sim, também estou feliz.
Tenham um ótimo dia!

sábado, 5 de julho de 2008

Won't you help to sing?

Old pirates, yes, they rob I;
Sold I to the merchant ships,Minutes after they took IFrom the bottom less pit.
But my hand was made strong By the hand of the Almighty.
We forward in this generationTriumphantly.
Won't you help to sing these songs of freedom
'Cause all I ever have:Redemption songs Redemption songs
Emancipate yourselves from mental slavery;
None but ourselves can free our minds. Have no fear for atomic energy,
'Cause none of them can stop the time
How long shall they kill our prophets, While we stand aside and look
Oh! Some say it's just a part of it:We've got to fulfill the book.
Won't you help to sing these songs of freedom
'Cause all I ever have:Redemption songs Redemption songsRedemption songs(Guitar break)Emancipate yourselves from mental slavery;
None but ourselves can free our mind.
Wo! Have no fear for atomic energy,'Cause none of them-a can-a stop-a-the time
How long shall they kill our prophets,While we stand aside and look?
Yes, some say it's just a part of it:We've got to fulfill the book.
Won't you help to singThese songs of freedom?
-'Cause all I ever had:Redemption songs -All I ever had:Redemption songs:
These songs of freedom,Songs of freedom.


Eu adoro essa música!
Sempre fico meio nostálgica quando ouço.
Saudades de passado e de futuro.
Época de ficar nos fundos da escola fumando bagulho, bebendo vinho barato, ouvindo o violão que alguém sempre levava e pensando... As vezes em nada, as vezes querendo escutar todas as respostas ali.
Demorou um pouco para perceber que ali eu não iria encontrar muita coisa, mas quando descobri ainda não era tarde de mais, fui estudar, trabalhar, casar, parir e tudo aquilo que se acredita ser normal numa pessoa.
"Emancipate your selves from mental slavery, none but ourselves can free our minds".
Penso nessa frase... escravidão, liberdade... De qual lado estou?
Não que eu não seja feliz, acho que ninguém é feliz 100% do tempo, nem triste, temos nossos momentos.
E as vezes eu fico triste. Penso em como seria se eu pudesse me libertar de tudo. Todos os preceitos, preconceitos, conceitos, toda a dependência que têm de mim, toda a dependência que eu tenho de outros, dinheiro, roupas, carro, as vezes quero me livrar de tudo e acho tudo tão ridículo.
Uma vez ganhei uma aliança toda em brilhantes, linda. A família ficou impressionada, todos esperando uma super reação minha e minha super reação foi um sorriso amarelo de quem nunca vai ter coragem de pôr aquilo no dedo e sair a rua, achei tudo tão bobo, era uma pedra! Aliás, eram várias pedrinhas! Por que têm tanto valor?
Acho que foi por essas dúvidas que eu tive que fumar tanto bagulho (sem querer me desculpar, mas eu realmente não fumo mais) eu me sentia diferente, eu me sinto diferente.
Ainda estou tentando me achar e, cada dia mais enquadrada, adequada e comportada eu ainda acho que não pertenço a esse mundo.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Eu sinto medo


Medo de cachorro
De barata
De marimbondo
Medo de ladrão
De polícia
De espertos de plantão
Medo de desistir
De não ser bom exemplo
De explodir
Medo de aquecimento global
De extinção das espécies
De ser engolida pelo lixo
Medo de dar
De ter que receber
De perdoar
Medo de falir
De ficar pobre
De não poder comprar
Medo de felicidade
De infelicidade
De ficar sozinha
Medo de ficar velha
De nunca crescer
De não ver meus netos
Medo de parto
De ficar presa
De não poder mostrar tudo o que quero para minhas filhas
Medo de ser eu mesma
De estar errada
De ter que pedir desculpas
Medo de ser lagarta
De sair do casulo
De virar borboleta
Medo do desenho borrar
De tropeçar
Do show acabar
Medo de errar a roupa
De falar na hora errada
De não escutar
Medo de não ser perfeita!
Ô cobrança desgraçada!
"Medo, eu sinto tanto medo
Sem hora nem lugar
Estou sempre a me assustar
Mesmo sem ter razão
No claro ou na escuridão
Eu sempre sinto muito medo" Nósnosnós.